Sede do Sindicato foi alvo de saques e destruição e conta com doações para tentar voltar a funcionar no Centro Histórico de João Pessoa
O artista plástico paraibano, Flávio Tavares, doou ao Sindicato dos Jornalistas do Estado da Paraíba (Sindjor-PB) a obra “Odaliscas no Carnaval” para ajudar na campanha de reconstrução da sede do Sindicato, que teve as instalações destruída por criminosos há alguns meses. O quadro será vendido e os recursos serão revertidos para a reconstrução e reativação do prédio do Sindicato que foi depredada, saqueada e teve a mobília, instalações elétricas e documentos completamente destruídos. O ataque criminoso é parte da onda de insegurança que assola comerciantes e moradores do Centro Histórico da capital paraibana.
Com a interrupção do funcionamento do Sindjor-PB por conta da falta de estrutura após os atos criminosos, a obra foi entregue ao presidente do Sindicato, Land Seixas de Carvalho, na sede da Academia Paraibana de Letras. Land Seixas recebeu o quadro das mãos de Alba Tavares, esposa de Flávio Tavares, na manhã desta quarta-feira (22). “Agradeço, em nome de todos os jornalistas da Paraíba, pela sensibilidade e valiosa doação que muito ajudará na reconstrução do nosso sindicato. Vamos decidir a melhor forma de venda da obra, provavelmente através de leilão, momento em que os amantes da arte de Flávio Tavares terão a oportunidade de adquirir um belo quadro e ainda ajudar nossa instituição” disse Land Seixas.
O Sindicato dos Jornalistas está em plena campanha de arrecadação de doações em que sindicatos, associações, empresas e pessoas físicas têm ajudado com contribuições em dinheiro e doações de equipamentos. A entidade também vem mantendo uma vaquinha virtual na internet.
Vida e obra do artista
O artista Flávio Roberto Tavares de Melo nasceu em João Pessoa-PB, em 15 de fevereiro de 1950, neto e filho de artistas – seu avô paterno, Pedro Damião, era um notável fotógrafo e seu pai, Arnaldo, além de renomado médico, dedicava-se, nas horas vagas, ao desenho – a bico-de-pena -, tendo ilustrado diversos livros e, ao longo de décadas, produzido centenas de vinhetas para jornais do nosso Estado.
Com pouco mais de vinte anos de idade, Flávio já havia exposto no Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, onde, em 1976, lançou o álbum de desenhos ‘O Pavão sem Mistério’ com o texto de apresentação do ilustre cartunista Ziraldo. Nesse mesmo período, estudou pintura nos Estados Unidos da América (Universidade de Yale; Universidade de Connecticut e Simon Rock College, onde, inclusive, ministrou workshop), e em Caiena (na Guiana Francesa).
Depois disso, ingressa no mercado de arte da Alemanha, pelas mãos do casal Jürgen e Maria do Carmo Vogt, ela paraibana e presidente do Instituto Cultural Teuto-Brasileiro em Berlim, que se tornaria amiga e agenciadora das obras de Flávio Tavares na Alemanha. Neste país, sua primeira exposição individual ocorreu em 1981, em Berlim, na galeria Laden. Poucos anos mais tarde, Tavares expôs em Jerusalém (Israel) e, posteriormente, voltou a realizar mais quatro mostras na Alemanha.
Flávio Tavares participou de incontáveis e importantes mostras em grandes cidades do Brasil e do mundo, incursionando amplamente pelo universo das artes, tendo se expressado com sucesso nas mais diversas técnicas (pintura, desenho, aquarela, escultura em pedra e em madeira, gravura em metal, xilo e litogravura) e, se não bastasse tudo isso, pintou cenários para peças teatrais, além de ter ministrado vários cursos, workshops, palestras para estudantes de arte e, ainda, produzindo mais de dez painéis e murais na Paraíba e em outros estados do Nordeste brasileiro.
Artista sintonizado com seu tempo, Flávio Tavares produziu uma série de desenhos criticando a ditadura militar nos “anos de chumbo” no Brasil (1964-1984), e ainda hoje produz charges que aludem aos problemas políticos e sociais da Paraíba, do Brasil e do mundo, sempre com um traço irrepreensível.
A vida e obra do artista pode ser acessada no site http://flaviotavares.com.br/pt_br/
Da Redação do Sindjor-PB.
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