A Caminhada do silêncio foi um ato político realizado em memória das vítimas da ditadura militar de 1964, um ato coletivo contra a impunidade dos crimes cometidos pelos agentes do Estado no Brasil e na Paraíba
Por Jorge
Galdino – Jornalista
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Paraíba (Sindjor-PB) participou, no último dia 1º de abril, em João Pessoa, da 1ª Caminhada do Silêncio, um ato político-cultural em memória das vítimas da ditadura de 1964. A concentração aconteceu em frente ao prédio da OAB-PB e percorreu diversos pontos simbólicos da cidade de João Pessoa, com destino ao Parque Solon de Lucena (Lagoa).
O evento saiu às ruas em silêncio, sereno e eloquente, contra a impunidade dos crimes cometidos pelo estado brasileiro. Cada cartaz, cada foto dos entes queridos desaparecidos contavam uma história de dor e saudade.
Organizada pelo Memorial da Democracia da Paraíba e pelo Comitê Paraibano Memória, Verdade e Justiça, a caminhada teve como objetivo exigir que o estado brasileiro cumpra o dever de reparação e faça um pedido público de perdão às vítimas e às famílias dos mortos e desaparecidos políticos.
O evento ainda contou com mística, atração cultural, algumas falas com familiares dos mortos e desaparecidos políticos, além de representações das instituições que apoiaram a Marcha. A Caminhada do Silêncio integra uma programação nacional em memória dos 60 anos da ditadura de 1964, e é uma iniciativa que já acontece há mais de 20 anos no Uruguai, sendo também realizada em diversas cidades do Brasil.
Em João Pessoa, a Caminhada acontece pela primeira vez e contou com a participação de membros da diretoria do Sindjor-PB “Muitos jornalistas foram mortos, censurados e ameaçados. Foram anos de violações dos direitos humanos e de restrição da liberdade de expressão. Não podemos permitir que fatos desse tipo aconteçam novamente em nosso País e a melhor forma de informar sobre a ditadura é lembrar das barbaridades, das torturas, dos desaparecimentos e das mortes que ocorreram nesse período, e é exatamente isso que queremos demonstrar com nossa participação no evento”, disse o presidente do Sindjor-PB, Land Seixas de Carvalho. Estiveram presentes os diretores Land Seixas e Marcos da Paz Figueiredo.
O ato homenageou as vítimas, além de ser um manifesto pela responsabilização do Estado brasileiro pelos crimes cometidos durante o regime ditatorial. A caminhada também contou com a presença de familiares de vítimas, representantes de instituições e ativistas que lutam pela memória, verdade, justiça e reparação.
Entidades como a Coalizão Brasil por Memória, Verdade, Justiça e Reparação, CUT, Memorial das Ligas e Lutas Camponesas, sindicatos e outras instituições também apoiaram a iniciativa.
O evento também reivindicou a reinstalação da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos, cujos trabalhos foram encerrados no final do governo Bolsonaro. A comissão é vista como um instrumento essencial para a continuidade das investigações e a identificação dos corpos dos desaparecidos políticos.
Da redação do Sindjor-PB.
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